Durante meus estudos sobre Cabala e espiritualidade sempre me deparo com esse conceito: é bom? É ruim? É bom, mas é ruim. Como assim?
Muito mais do que tudo ter dois lados se trata sempre da percepção: o que é bom para um, pode ser ruim p/ outro. Bom em um momento, ruim em outro. Logo pode ser bom e ruim ao mesmo tempo.
Quer um exemplo bem simples?
Uma chuva! É bom demais para refrescar esse calorão e observar as plantas e o solo, mas é ruim pois causa alagamentos e até destruição.
Quase tudo pode ser assim…
Tem uma história que ilustra bem esse conceito! Ela conta sobre o filho de um senhor que caiu do cavalo e enquanto todo mundo estava lamentando, o pai dizia: pode ser ruim, mas pode ser bom. Passado um tempo tem início uma guerra e o rapaz não pôde ir devido aos seus ferimentos causados pela queda do cavalo.
Aqui conto é apenas um pedaço dessa história para mais uma vez conseguir ilustrar esse conceito.
Tive a oportunidade de saber sobre acontecimentos tão distantes da minha realidade e que envolvem pessoas tão diferentes de mim que me motivam a escrever sobre esse tema. Na verdade fiquei chocada por saber sobre o comportamento de um determinado grupo de pessoas que jamais imaginei que pudesse se comportar assim mas, foi exatamente esse “choque” que me levou a reflexão…
Desde indígenas à política, de faxineira à patroa, de pobres a ricos, todos temos nosso lado luz e nosso lado sombra.
Acredito que você que é meu leitor também compartilha desse pensamento e até mesmo dessa crença. Sabe que é muito difícil jurar que determinada pessoa não se comportaria de determinado jeito, ou seja, colocar a mão no fogo por alguém.
Já abordamos aqui o quanto nossa consciência faz o papel da terceira parte para nos conectarmos a algo acima da dualidade e, sobretudo, nos elevarmos ao tempo e espaço que delimitam nossa matéria.
Por estar estudando essa questão, do ponto de vista da Cabala quanto mais ficamos presos à dualidade, mais densos estamos, mais afastados da luz do Criador.
Em essência Deus é um, é o todo, é amor. Unidade e totalidade.
A divisão é nossa! Achar que deve ser bom ou ruim, mas precisamos aprender que pode ser bom e ruim. Também o ruim pode ser bom.
Tenho certeza de que você já viveu situações assim em sua própria vida. Algo muito bom aconteceu e trouxe junto ao menos um desconforto.
Quer mais exemplos práticos? É bom morar na cidade, mas é ruim a falta de segurança. É bom morar no interior, mas é ruim e não tem tantas facilidades. É bom ter acesso a tanta tecnologia, mas é ruim o isolamento que às vezes isso causa.
O importante mesmo é reforçar que quanto mais divididos, mais separados, mais fracos e frágeis ficaram. Todos perdem.
Quanto mais conseguimos nos afastar da visão limitada de certo e errado, bom ou ruim, mais nos elevamos espiritualmente pois nos integramos ao criador que é UM. Todos ganham.
Espero que a gente consiga praticar essa visão mais ampla nas coisas da vida, que todos nós possamos trazer esse conceito filosófico para o nosso dia a dia, bem naquele momento que estamos mais densos, com uma visão bem limitada pois isso sim é o que vai nos ajudar a compreender e transformar e juntos vivermos de uma forma onde só vamos nos beneficiar.