Tenho certeza que em algum momento da sua vida você já ouviu, ou disse, a seguinte frase: “de amarga, já basta a vida”. Não é mesmo?
Realmente é preciso adoçar várias coisas em nossa vida e, nos momentos que as coisas estão “salgadas” demais, nada como um belo copo d’água.
Aqui estou brincando com frases e expressões conhecidas para chamar sua atenção para a importância do sabor, o gosto das coisas…
Sabe aquela alegria que você sentiu no dia que conquistou algo importante? Consegue lembrar do gosto da vitória?
Tem também o sabor da derrota, que a gente sabe bem o gosto que tem, pois, essa vida é feita disso! Vitória e derrota, amargo e doce, Yin e Yang.
Gosto sempre de fazer relações com os 5 Elementos da Medicina Tradicional Chinesa e, em particular, os sabores são uma parte muito interessante dessa medicina.
No ciclo dos 5 Elementos – madeira, fogo, terra, metal e água, cada um sofre influência de um sabor específico: ácido, amargo, doce, picante e salgado.
Já escrevi aqui sobre cada um desses elementos e a forma como podemos usar todo esse conhecimento ao nosso favor, agora, quero chamar sua atenção e perguntar: qual o sabor da sua vida? Que gosto ela tem agora?
Penso especialmente nesse longo período de restrições que todos estamos vivendo e, por mais em ordem que nossa vida possa estar, tem horas que o impacto da situação emocional mundial bate à nossa porta, se manifesta numa melancolia, angústia e até mesmo insônia recorrente.
Também já conversamos aqui sobre o impacto de nossas atitudes com nosso corpo físico e, como essa atitude muda todo o nosso emocional.
O sabor que queremos da vida começa pela qualidade do que oferecemos a nós mesmos! Do que você se alimenta? Como você se alimenta?
Lembra dos nossos 5 sentidos? Já conversamos sobre nossos olhos, nossos ouvidos. Como podemos escolher o que queremos alimentar: as coisas boas ou não?
Como sempre é bom dizer que prestar atenção aos nossos hábitos e, se necessário, modificá-los nos trará bons resultados. Afinal, quem é que não quer se sentir bem?
Em tempos de pandemia escuto coisas do tipo: como ficar em casa e não comer? E o que eu faço com a vontade de comer doce? Com tanta tristeza, mereço um docinho…
Sei que não é simples e que todos esses argumentos são válidos, mas, se podemos melhorar nossos sentimentos, pensamentos e até mesmo nossa imunidade com pequenas mudanças, por que não?
Estamos acompanhando o aumento do número de casos de crises de ansiedade e de depressão, as notícias gerais têm um gosto ainda mais forte que o amargo e o aumento da procura por alimentos prontos aliados a falta de movimentos contribuem para que esse quadro se agrave.
Preste atenção ao sabor que sua vida tem agora, avalie seus hábitos e momento da vida e seja sincero quanto aos sabores que você tem preferido.
O excesso de um sabor pode se manifestar na ausência de outro. Como assim? O excesso de doce pode se manifestar como aumento de líquidos no corpo e aparecer um inchaço, problemas circulatórios, problemas de memória.
Vamos saborear de verdade nossa vida!
Quando aquele momento triste vier, vamos nos encorajar a fazer um belo creme de cenoura com gengibre e oferecer ao nosso corpo o doce, o quente e aconchegante poder revitalizador que esse sabor oferece ao invés de comer um bolo de cenoura, e pensar em como podemos aceitar a tristeza até poder transformá-la.
Quando aquele momento alegre chegar, saboreie, aprecie, coma aquela comida que você mais gosta e faça um brinde, pode ser com suco de uva, com vinho, com água! O importante é saborear, apreciar, sentir o sabor de viver.
A vida pode ter vários sabores, podemos aprender a apreciar todos e nos capacitar a transformar a vida amarga em uma doce vida!